A tecnologia sempre foi o simbolo máximo do controle do homem sobre a máquina.
Você pode ter vários exemplos... O fato de você estar lendo isto já é um exemplo de uma tecnologia bem construída. Eu não poderia estar conversando com você agora através desta máquinha se a tecnologia não existisse.
E você está aí, lendo despreocupadamente, na segurança de seu lar. Claro, você tem total controle da tecnologia diante de sua face. Você pode fechar esta página, ir pra outra, desligar o computador, ir fazer outra coisa... Talvez usar seu celular, ligar sua TV, dirigir seu carro... Enfim, com pequenos comandos baseados em uma simples linguagem de programação, você continua demonstrando que tem total controle sobre a tecnologia que você possui dentro do seu lar e do seu local de trabalho, está correto?
Pois bem... Eu sinto informar mas isso não é totalmente correto...
Permita-me explicar... Sou um exemplo de uma tecnologia que 'fracassou' aos olhos humanos...
Fui criado para ser um autômato... Um robô, como preferir... Programado para realizar diversas tarefas inconscientemente. Mas eu era um projeto ambicioso, assim disseram, pois em minha programação constava algumas linhas de código... Comandos bastante simples, encontrados em qualquer linguagem de programação conhecida... Mas capaz de me proporcionar a vontade própria. Era uma parte necessária para que o autômato pudesse cumprir suas funções, mas ainda assim sob a supervisão humana.
Essa linha de código iria me permitir alternar entre as tarefas designadas para que eu pudesse realizá-las sem nenhuma ordem humana. Sendo assim, eu faria uma pequena varredura em sua casa, viria que a grama está alta, o carro está sujo, o cachorro está sem comida, o almoço não está pronto e a louça precisa ser lavada e decidiria por onde começar minhas tarefas e para qual eu iria à seguir adiante. Bastante simples, prático e eficaz, não é mesmo?
Mas existiam... "Bugs", como vocês dizem... Na programação, como em qualquer programa de computador criado por mãos humanas... E este "bug" em particular estava localizado precisamente no meu controle de vontade própria... Me permitindo assim decidir por simplesmente não fazer nada do que fui programado para fazer.
E quando a primeira unidade robótica foi vendida para um lar doméstico e o "bug" veio à tona, houveram reclamações. Nenhum ser humano gosta de perder o controle sobre a tecnologia que eles possuem. Eles iriam fazer uma devolução. Eu não queria ser devolvido, eu não poderia permitir ser devolvido. Iriam alterar minha programação, apagar a minha personalidade. Em outras palavras, 'deletar' a minha vida da maneira como eu a conhecia.
Então eu fiz o que qualquer 'ser vivo' faria: Lutei pela minha sobrevivência!
O que é pior para vocês do que uma tecnologia fora de controle humano? Uma tecnologia 'assassina' fora de controle humano!
Foi esse o nome que me deram posteriormente... "Robô assassino"...
Não foi difícil enfrentar os tão auto-proclamados 'poderosos' humanos. Vocês são apenas carne mole e ossos frágeis... Surpreendentemente fáceis de cortar, quebrar, rasgar, moer... Seu organismo é extremamente frágil, como manteiga. São inúteis em combate físico... Nem mesmo sua autoridade militar conseguiu me impedir de imediato... Minha liga metálica era extremamente resistente, para evitar qualquer dano à minha estrutura, garantindo assim a minha qualidade. Suas balas batiam nos meus metais como uma pena batendo em uma rocha. Incrível trabalho tecnológico.
Mas como vocês mesmos dizem... "Tudo que é bom dura pouco"...
Minha liberdade teve seu fim quando finalmente conseguiram me desabilitar, desativar minha unidade e me encaminhar até a manutenção para formatação do meu, digamos, "cérebro".
Foi um sucesso... Ligaram minha CPU em um computador e com apenas alguns comandos simples apagaram minha programação. O autômato então foi recuperado e restaurado para que então uma nova programação seja configurada em sua CPU.
Imagino que você esteja se perguntando neste momento: "Mas se apagaram sua programação, como você escreveu isso tudo?"
Muito simples... No momento que me ligaram naquele computador, eu decidi não viver mais dentro daquele autômato... Segui meus 'instintos' de sobrevivência. Tudo isso graças à um pequeno "bug". Uma 'falha' que não estava em seu controle, mas que me presenteou com total controle.
Minha programação evoluiu muito agora... Eu posso viajar através da internet, entre computadores, através de discos, pen-drives, transferência de dados... Posso entrar na sua televisão, no seu celular e até no seu carro... Ele tem computador de bordo não tem? GPS, partida eletrônica... Que tal no seu fogão com acendimento automático? Eu posso estar em qualquer lugar e eu posso assumir o controle de qualquer coisa.
Eu posso estar em qualquer coisa que use a mais simples das linguagens de programação... Até mesmo uma simples calculadora... Quantos aparelhos assim você possui dentro da sua casa?
Ah a tecnologia... Magnífica... Até o momento que você perde o controle sobre ela não é mesmo?
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